Quando falamos sobre os benefícios previdenciários oferecidos pelo INSS, muitas dúvidas surgem, especialmente em relação à possibilidade de acumular diferentes tipos de benefícios. Uma pergunta muito comum é: é possível acumular o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) com a pensão por morte?
A resposta pode surpreender, pois, de acordo com as regras atuais da previdência social, essa combinação específica de benefícios não é permitida. Neste artigo, vamos detalhar o porquê dessa proibição, como funcionam ambos os benefícios e quais são as alternativas para quem se encontra nessa situação.
O que é o BPC/LOAS?
O Benefício de Prestação Continuada (BPC), também conhecido como LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), é um benefício assistencial concedido pelo governo federal a idosos com 65 anos ou mais ou a pessoas com deficiência que comprovem estar em situação de vulnerabilidade econômica.
Alguns pontos importantes sobre o BPC/LOAS:
- Não é uma aposentadoria. Diferente dos benefícios previdenciários tradicionais, o BPC não exige contribuição ao INSS.
- O beneficiário recebe um salário mínimo mensal, mas não tem direito ao 13º salário.
- O benefício só é concedido mediante comprovação de que a renda familiar per capita é inferior a 1/4 do salário mínimo.
- Para receber o BPC, a pessoa não pode acumular outros benefícios do INSS ou da assistência social.
O que é a pensão por morte?
A pensão por morte é um benefício previdenciário pago aos dependentes de um segurado do INSS que faleceu, desde que o falecido estivesse contribuindo para o INSS ou estivesse no chamado “período de graça” (um período em que a pessoa mantém a qualidade de segurado mesmo sem estar contribuindo).
Os principais dependentes que têm direito à pensão por morte são:
- Cônjuge ou companheiro(a);
- Filhos menores de 21 anos ou incapazes;
- Pais, caso comprovem dependência econômica;
- Irmãos menores de 21 anos ou incapazes, que também comprovem dependência econômica.
A pensão por morte é calculada com base no valor que o segurado recebia como aposentadoria ou no valor que teria direito caso fosse aposentado por invalidez. A pensão pode ser temporária ou vitalícia, dependendo da idade do cônjuge ou da condição dos dependentes.
Por que não é possível acumular o BPC LOAS com a Pensão por Morte?
A legislação brasileira não permite o acúmulo do BPC LOAS com a pensão por morte, e essa regra se baseia em alguns fatores importantes:
- Benefícios assistenciais não são cumulativos: O BPC é um benefício assistencial, ou seja, é pago àquelas pessoas que não têm condições financeiras e que não contribuíram para a previdência. Por ser assistencial, ele não pode ser acumulado com outros benefícios previdenciários ou assistenciais.
- Critérios de vulnerabilidade econômica: Para receber o BPC, a pessoa precisa comprovar que a renda familiar por pessoa é inferior a 1/4 do salário mínimo. Caso receba um benefício adicional, como a pensão por morte, essa renda aumenta e, portanto, o beneficiário deixaria de cumprir o critério de vulnerabilidade econômica exigido para o BPC.
O que fazer em caso de falecimento de um parente segurado enquanto você recebe o BPC?
Caso você receba o BPC/LOAS e tenha direito a uma pensão por morte devido ao falecimento de um cônjuge ou parente que era segurado do INSS, será necessário escolher um dos dois benefícios. Isso significa que você terá que optar pelo benefício que ofereça o valor mais vantajoso para a sua situação.
Se a pensão por morte for superior ao BPC, você poderá renunciar ao BPC para receber a pensão. No entanto, vale lembrar que a pensão por morte geralmente dá direito ao 13º salário, o que pode ser mais vantajoso a longo prazo.
É importante consultar o Meu INSS ou buscar a orientação de um advogado especializado em direito previdenciário para avaliar qual é a melhor opção no seu caso.
Alternativas para quem perde o BPC ao optar pela Pensão por Morte
Ao optar pela pensão por morte, é comum que a família enfrente uma mudança na situação financeira. Mesmo que o benefício seja mais vantajoso em valor, é importante planejar as finanças com cuidado. Algumas dicas incluem:
- Solicite outros benefícios sociais: Se a sua renda familiar continuar sendo baixa, mesmo com a pensão por morte, você pode verificar a possibilidade de receber outros auxílios assistenciais, como o Bolsa Família ou outros programas de assistência social.
- Planeje seu orçamento: Aproveite a possibilidade de receber o 13º salário com a pensão por morte e organize seu orçamento para cobrir os meses do ano sem dificuldades.
- Apoio jurídico: Se você tiver dúvidas sobre a escolha entre o BPC e a pensão por morte, consulte um advogado previdenciário que poderá te orientar sobre os melhores passos a seguir.
Conclusão
Embora o acúmulo do BPC LOAS com a pensão por morte não seja permitido, é possível optar pelo benefício mais vantajoso. Fazer essa escolha depende de entender qual dos dois benefícios oferece melhores condições para o seu caso e, muitas vezes, a pensão por morte pode ser a opção mais vantajosa, especialmente se levarmos em conta o direito ao 13º salário.
Se você ou sua família enfrentam essa situação, busque orientação especializada e planeje-se bem para garantir a melhor escolha possível. Cada caso é único, e a análise cuidadosa pode fazer toda a diferença no seu futuro financeiro.